Estamos numa nova modalidade de ensino, com recurso a todos os meios telemáticos e com muitos alunos a quem corresponder.
Sem dúvida, uma tarefa exigente…
Temos um conjunto de alunos em cada turma que necessitam de medidas de suporte à aprendizagem e inclusão … principalmente aqueles que usufruem de medidas seletivas, as quais são fundamentais para o seu sucesso educativo e, acima de tudo, para a sua participação social, regulação emocional e equilíbrio biopsicossocial.
Eu sei, que todos andamos preocupados, atarefados e a corresponder a todos, primando pelo melhor ensino@distância.
No entanto gostava de refletir a importância de pequenas/grandes estratégias que necessitamos de colocar em prática para corresponder a quem mais precisa. No dia a dia da escola a nossa presença, uma palavra de incentivo, o virar da página do livro, o apontar o exercício, o relembrar de uma regra de escrita ou cálculo, a leitura de uma frase ou palavra-chave, a palavra de conforto no fim da aula, … e muitas outras… fazem parte de todas aquelas medidas que são intrínsecas à nossa atuação e que fazem toda a diferença na ação educativa com os nossos alunos.
E agora? E o distanciamento social? E a tecnologia que não fala como nós … e a tele escola que não conhece cada aluno … vamos recentrar a nossa ação para o ensino@distância.
Gostava de partilhar algumas estratégias que fazem toda a diferença:
- Dirijam-se ao aluno pelo nome (todos sentem maior conforto quando ouvem/leem o seu nome – estão a falar para mim!);
- Orientem a tarefa de forma objetiva – cada etapa bem explicada, sem demasiada informação;
- Motivem o aluno para realizar a tarefa – vamos dar valor ao que foi feito, mesmo com incorreções;
- Uma tarefa de cada vez – façamos o aluno sentir que aquela tarefa é mesmo importante e depois, haverá outra;
- Não coloquem as tarefas de todas as disciplinas ao mesmo tempo – no meio de 10/12 disciplinas como saberá o aluno o que realizar primeiro;
- Gravem o texto – não posso ler o enunciado, mas posso enviar o texto gravado
- Coloquem uma imagem (pista visual) que facilite a compreensão da questão/problema – o recurso à imagem permite compreender, muitas vezes, aquilo que as palavras não dizem;
- Permitam a identificação de palavras-chave – se o conteúdo daquele tema tiver a caixa de palavras chave para eu perceber de que estão a “falar”, eu vou re-centrar a minha atenção;
- Transmitam tranquilidade e confiança – a minha segurança a explicar e a resolver a dificuldade é fundamental para o aluno sentir que é capaz;
- Expliquem ao aluno o que vai acontecer – se eu antecipar o que vai acontecer o aluno não ficará com receios, ansiedade, … quando se deparar com a tarefa;
- Usem o computador (telemóvel) para a caça ao erro – o aluno tem à sua frente uma ferramenta ótima para ajudar a identificar os erros. Vamos ajudá-lo a usar e valorizar essa função.
Muitas outras estratégias poderiam ser destacadas! Mas cada aluno, é um só, e nem sempre o que fazemos para um, tem o mesmo sucesso que, para outro. Eu sei que vocês conhecem os vossos alunos e irão fazer o melhor para promover as suas aprendizagens verdadeiramente essenciais!
Lembrem-se que os pais não são os professores dos seus filhos. A família é fundamental para acompanhar o processo de ensino aprendizagem que deve ser promovido pela escola e pelo aluno. Promovam esta relação.
Bom trabalho, mesmo à distância!
Antónia Fonseca Santos
Professora de Educação Especial da CRIAR